A indústria gráfica está prestes a sofrer um novo golpe. Recentemente os desafortunados foram as gráficas especializadas em formulários, sabemos que algumas conseguiram se adaptar, muitas fecharam e outras tantas estão no momento, agonizado. Já dizia o profº Marins: A única certeza estável é que tudo irá mudar.
Neste momento forma-se uma pequena nuvem sobre a indústria gráfica editorial, aquela especializada na produção de livros, revistas, periódicos. Muito se tem falado sobre "e-book´s" pouco de fato está sendo revelado.
A verdade é que uma vez digitalizado, não existe possibilidade alguma de impedir a pirataria e a livre distribuição de arquivos.
Queira a CBL/SNEL e todos os editores que estão indo pelo caminho do e-book queiram ou não. A verdade é que toda indústria editorial está a beira de uma MUDANÇA completa. Ou seja, não apenas as gráficas terão que se adaptar como também as editoras, editores e autores que vivem de escrever suas obras.
Pensando por esse lado, a tecnologia digital "on-demand", que hoje é apontada como muitos especialistas como a solução para os livros de baixa tiragem NASCEU MORTA ! - (para fazer livros) - Ou seja, o e-book pode substituir as impressões digitais de pequenas tiragens com vantagens, muito mais rápido do que as tiragens grandes e médias, produzidas pelo bom e velho processo offset.
Vamos aos fatos reveladores.
a) Nenhum tablet ou leitor de livros digitais, impede que o arquivo seja copiado.
b) uma vez digitalizado um livro pode ser enviado por e-mail ou compartilhado no "4shared" livremente
c) Nenhum tablet ou leitor de livros digitais verifica a autenticidade do arquivo, se "pirata" ou não.
d) uma vez comprado um livro e baixado em um hardware qualquer, por um leitor (cliente), essa pessoa pode fazer os passos de: a) até c) e o ciclo se repete "n" vezes, com incrível facilidade.
Ou seja, dos fatos: Toda cadeia deixa de arrecadar.
Como portanto os editores pretendem manter seu negócio sendo viável ?
Eliminando um parceiro de mais de 400 anos por um sistema digital ? Caros editores, não se iludam....
Eliminando um parceiro de mais de 400 anos por um sistema digital ? Caros editores, não se iludam....
Não existe nada de diferente entre uma música no formato MP3 e um Livro em qualquer formato digital existente até presente data.
É surpreendente a variedade de e-book´s disponíveis no site da livraria saraiva, http://www.saraiva.com.br/ de onde pode-se comprar e baixar o livro comprado e depois redistribuir livremente, com incrível facilidade, fazendo os passos a) b) e c), acima descritos.
Faço muitas reflexões, mas como disse meu querido Fernando Henrique Cardoso, faço minhas aquelas palavras sábias palavras, proferidas no GNT (Manhattan Connection, revista VEJA, pg 53 edição 2198): "eu sou curto de inteligência, às vezes eu não consigo." de fato eu não consigo ver onde a livraria saraiva irá manter-se senão vendendo televisores e eletrodomésticos, porque livros....
Resta-nos contar com a sorte, de que a indústria eletrônica não consiga superar a sensação e as atuais vantagens da leitura em um livro tradicional, feito de papel e tinta offset !
Não sou contra as mudanças, elas são inevitáveis.
Também não sou contra a universalização do conhecimento, afinal domínio público serve para isso, e sinceramente não sei se hoje existem melhores obras do que aquelas que estão em domínio público, mas muitas pessoas trabalham e suam a camisa, para ver seu trabalho sendo valorizado, especialmente na área de ciência, tecnologia e direito, onde o trabalho de fazer o conhecímento é oneroso.
Os bons artistas encontraram formas de substituir parte de suas rendas com a venda de discos através dos shows, mas a indústria fonográfica nunca mais será a mesma depois do MP3.
Admiro o trabalho do colega Alessandro Martins (http://livroseafins.com/) e da editora Plus (http://editoraplus.org/), mas não consigo ver como Paulo Coelho ou então Stephenie Meyer irão manter seu padrão de renda após o e-book, Ipad, e qualquer outro tablet. Imagine então um autor "comum".
Quem conseguir, que durma com um barulho desses....
Resta-nos contar com a sorte, de que a indústria eletrônica não consiga superar a sensação e as atuais vantagens da leitura em um livro tradicional, feito de papel e tinta offset !
Não sou contra as mudanças, elas são inevitáveis.
Também não sou contra a universalização do conhecimento, afinal domínio público serve para isso, e sinceramente não sei se hoje existem melhores obras do que aquelas que estão em domínio público, mas muitas pessoas trabalham e suam a camisa, para ver seu trabalho sendo valorizado, especialmente na área de ciência, tecnologia e direito, onde o trabalho de fazer o conhecímento é oneroso.
Os bons artistas encontraram formas de substituir parte de suas rendas com a venda de discos através dos shows, mas a indústria fonográfica nunca mais será a mesma depois do MP3.
Admiro o trabalho do colega Alessandro Martins (http://livroseafins.com/) e da editora Plus (http://editoraplus.org/), mas não consigo ver como Paulo Coelho ou então Stephenie Meyer irão manter seu padrão de renda após o e-book, Ipad, e qualquer outro tablet. Imagine então um autor "comum".
Quem conseguir, que durma com um barulho desses....
Feliz 2011 Teco!
ResponderExcluirDesculpe a opinião contrária com relação aos e-books, mas como amante da tecnologia não pude deixar de comentar. Como você mesmo diz, tudo muda. O livro não irá acabar nunca! Esses dias precisei de um (impresso!) para aprimorar os conhecimentos em programação ... rs, mas também baixei e comprei alguns e-books. O problema é que o Brasil tem como princípio universal a "Lei de Gerson" e por esse motivo os e-books são pirateados assim como as músicas em MP3. No restante do mundo (exceto a China que também tem o costume de piratear tudo, rs) comprar música ou e-book pelo iTunes é muito mais fácil, rápido e atraente do que comprar um livro impresso. Com isso as vendas de livros (digitais) aumentam consideravelmente. Você já testou como é simples comprar um app, uma música ou um e-book pela Apple Store? É muito simples (e vicia!), é como comprar com cartão de crédito, o consumidor nem percebe (é uma passada de cartão mesmo ... rs). Deixo alguns links para ilustrar a minha opinião e corroboro a idéia de que o mercado editorial irá, realmente, se transformar. Espero que seja possível para melhor.
Forte abraço!
Made in Brazil O iPad é sim revolucionário, mas faz pouco sentido no Brasil (http://www.gizmodo.com.br/conteudo/made-brazil-o-ipad-e-sim-revolucionario-mas-faz-pouco-sentido-no-brasil/)
O livro para iPad mais engenhoso que existe (http://www.gizmodo.com.br/conteudo/o-livro-para-ipad-mais-engenhoso-que-existe/)
Tudo bem?
ResponderExcluirPrimeiramente, feliz 2011!
Adorei a sua colocação. O e-book é uma realidade! A tecnologia está sendo absorvida por várias áreas. Minha mãe, por exemplo, é professora e não usa quadro nem giz! Ela tem o equipamento dela, ela dá aula usando somente tecnologia. Eu sou meio suspeita, porque trabalho com isso. E exatamente por trabalhar o dia inteiro com tecnologia, é que eu chego em casa e quero um livro de papel para ler! Por esse motivo, acho que as livrarias continuarão a vender livros, porém não acredito que não será mais o foco. É assim que eu enxergo! Quando à CD, como você tinha perguntado em meu blog, não, não compro, porque não ouço música! Eu devo ser a única pessoa no mundo que não tem música no notebook.:)
Abraços!
Teco, suas previsões apocalípticas tem chance de se realizar, assim como existiam chances da TV exterminar com o rádio, ou as viagens aéreas darem o fim nos cruzeiros marítimos ou ainda VHS/DVD não matou o cinema. Vc sabe responder por a tecnologia de leitor de e-books está nas mãos de um varejista - Amazon e não de uma empresa de tecnologia (Sony ou Apple). Dá mesmo para afirmar que os livros sob demanda vão sofrer impacto maior que os Best Sellers com a popularização dos leitores digitais? Tenho um tablet para leitura a mais de 2 anos e meu consumo de livros impressos aumentou nesse período. E acredito que os livros sobre demanda poderão alcançar novos públicos tanto de autores quanto de leitores. Vc não acha???
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