domingo, 15 de novembro de 2009

OU É ! OU NÃO É ! (CONFORME)



É interessante como as gráficas em geral, costumam deixar a decisão final à critério do cliente. Essa situação ocorre em praticamente todas as vezes onde o produto fica "mais ou menos".

Você já ouviu dizer que uma mulher está mais ou menos grávida ? E isso existe ? Claro que não. Da mesma forma não existe produto “mais ou menos”.

Ou o produto está conforme, ou não esta conforme e pronto !

Coitado dos gráficos, que vivem em um país tropical, onde o clima e a temperatura mudam, do sol para chuva, numa mesma manhã. E lá se vai o controle de cores... Infelizmente as adversidades que os gráficos encontram para produzir são muitas.

Mas esse risco foi assumido, no momento em que foi aceito o pedido e com isso celebrado um “contrato”, onde especificou-se os requisitos do produto, inclusive os requisitos inerentes ao mesmo, os quais não precisam ser declarados pelo cliente. (7.2.1 – item b)

Normalmente o supervisor ou gerente de produção fica com uma pequena dúvida: Será que o cliente vai perceber ? - Claro que vai perceber ! Não existe cliente bobo, não existe cliente que não seja detalhista.

O cliente pode não reclamar, mas percebe e isso corrói e imagem da empresa. A imagem e a margem de lucro da organização são lentamente dilapidadas, todas as vezes que um produto é entregue “mais ou menos”.

Quando percebe-se, que um produto está mais ou menos, então ele é menos !
99% não é 100%, portanto o mais ou menos é “Não Conforme” e fim de papo, sem delongas.

Mas existe uma saída: Negociar abertamente e francamente com o cliente. Aceitar que o produto ficou aquém das expectativas, inclusive a expectativa da gráfica, do empresário que produziu, e isso é uma verdade. (item 8.3 - b).

Ninguém faz o produto mais ou menos por opção. Foi uma fatalidade. Mesmo que seja falta de atenção de algum operador, em algum processo, dificilmente foi intencional. A não conformidade, deve ser utilizada para estudo de causas, evitando novas ocorrências similares. Esse procedimento sempre é realizado, formalmente ou não. O normal em uma empresa é aprender com os erros.

Entretanto, no nosso segmento, os erros são praticamente infinitos. Não é possível prever toda natureza de efeitos que poderão ocorrer a cada produção. Por isso o monitoramento e a qualificação dos colaboradores é essencial para que a balança da qualidade, esteja sempre do lado “mais”, e não do lado “menos”.

Assuma que o produto poderia ter ficado melhor e aí sim, o cliente poderá decidir se aceita ou não. Mas faça isso antecipadamente. Se possível inspecione e separe o lote, isolando os itens com problemas dos itens conforme. Envie ao cliente apenas os itens “bons” de forma “faturada” e uma amostra dos itens classificados como não conforme.

Escute o cliente. Você vai se surpreender. Existem clientes que lhe dirão algo como: “puxa, não vamos destruir isso, afinal, isso pode ser utilizado sem problemas”.

E então você empresário, conquistou a confiança e a satisfação do cliente. Você o surpreendeu.

Mas se o cliente encontrar em um lote, itens ótimos, misturados com itens “ruins”, tenha certeza. Sendo possível, ele irá inspecionar item a item e ficará muito chateado com a postura anti profissional, pois haverá uma sensação de que a gráfica tentou ludibriá-lo.


Um veículo Zero quilometro, com “barulhos” no painel, não deixa de ser novo. Um impresso 2 ou 3 milímetros menor, sem sagrar textos, não se torna imprestável. Mas o pecado, é omitir o fato e tentar fazer o cliente de bobo. Não se deve apostar que ele não verá um problema, ou não irá perceber. SIM o cliente verá !

Da próxima vez que você perceber que um produto está “mais ou menos”, pondere essa informação, analise o cliente. Conhecer o mercado de atuação, a finalidade do produto realizado e as particularidades do cliente, é crucial nesse momento e então decida como administrar essa situação.

Mas nunca, tente passar o produto ao crivo do cliente. Se para você que é o empresário ou gerente de produção, o item está aquém do esperado, porque estaria conforme, aos olhos do cliente ?




4 comentários:

  1. Show de bola o artigo. É o tipo de post que deveria ser impresso e colocado em um mural de uma empresa ou nas salas/ambientes dos processos da mesma.

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  2. Teco, parece repetitivo mas, tenho que comentar novamente que esse artigo ficou muito bom, show de bola mesmo. Concordo com o comentário do Gino e acho que cada colaborador de qualquer empresa principalmente do nosso ramo deveria ler e refletir sobre esse artigo e ainda ter consigo a exemplo do manal de integração. Parabéns.

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  3. Amigos, agora a pouco acabei de dizer a uma autora que seu livro ficará abaixo das expectativas e que se fosse eu não faria, claro que a decisão é dela. O importante é que deixei transparente os pontos problemáticos e de que esses pontos possivelmente refletirão na impressão. Os problemas são de revisão, padronização geral e visual, e que os leitores perceberão. Ela analisou os pontos positivos e negativos e decidiu avançar com o processo, assumindo as consequencias, pois para concertarmos esses problemas precisaríamos de alguns dias e, para ela, prazo é algo que ela não tem mais.
    Provavelmente vocês acompanharão este livro: "Sabores do mestre cuca".

    Embora esse livro não esteja entrando para impressão as escuras, quero dizer com problemas que o autor desconhece, acho que é um exemplo de trabalho 100% (ou quase) transparente, tanto editorialmente (Canal6) quanto graficamente (Viena) a autora.

    Abraços a todos.

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  4. Teco.
    Mais uma vez, ótimo artigo!!
    Começo a visualizar em um futuro próximo um ótimo título para um livro.Pense nisso!!
    Uma parceria com ABIGRAF/ABTG, para inserção de um material voltado para a qualidade em nosso segmento com certeza seria muito bem vindo.
    Inclusive, se precisar conheço uma ótima gráfica, que poderá fazer a impressão para ti...kkk

    Brincadeira a parte, mais uma vez parabéns!!
    Abraço.
    Rodrigo

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